domingo, 24 de fevereiro de 2013

24 de fevereiro: Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil


Comemora-se hoje Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil.
Até 1932, somente os homens brancos podiam votar no país. Inicialmente as mulheres puderam votar por meio do Código Eleitoral Provisório, de 24 de fevereiro de 1932. Mas, é bom lembrar que esta primeira conquista não foi completa: somente as mulheres casadas com autorização dos maridos, viúvas e solteiras com renda própria podiam exercer o direito ao voto.
Os primeiros registros de sufrágio feminino são da cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte no ano de 1928, quando o voto foi autorizado pelo governador Juvenal Lamartine. 
Segundo a enciclopédia livre, a primeira eleitora do Brasil e da América Latina foi Celina Guimarães Viana, o que ocorreu graças a lei n°660 de 25 de outubro de 1927 que regulava o Serviço Eleitoral no estado do Rio Grande do Norte. Essa lei estabeleceu que não haveria mais distinção de sexo para o exercício do sufrágio e como condição básica de elegibilidade. 
Foi somente em 1934 que as tais restrições foram retiradas do Código Eleitoral e mesmo assim não tornava o voto feminino obrigatório, somente o masculino. Finalmente em 1946 o voto feminino sem restrições passa a ser obrigatório no Brasil.
Mas até chegar à conquista da obrigatoriedade do voto feminino, vale lembrar, foi preciso muita luta e organização das mulheres. Foram décadas de reuniões, marchas, assembleias e manifestações das ativistas que lutaram pelo nosso direito ao voto.


As feministas e sufragistas Leolinda Daltro e Gilka Machado, fundaram em 1910, na capital federal do Rio de Janeiro, o Partido Republicano Feminino, cujo maior objetivo era o sufrágio feminino. E é importante que se diga: elas tiveram um papel histórico e fundamental na construção do debate público e na mobilização em relação ao direito de voto das mulheres.
Igualmente importante foi a criação da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino em 1922,  no Rio de janeiro, por Bertha Lutz, para defender os interesses das mulheres. Bertha é um símbolo do feminismo na luta sufragista. Foi eleita suplente para deputada federal em 1934 e em 1936 assumiu o mandato. Com o golpe do Estado Novo em 1937 Bertha Lutz perdeu o mandato.

São incontáveis as conquistas das mulheres brasileiras, embora ainda tenhamos uma longa trajetória de luta a percorrer. 
Na política, somos a maioria do eleitorado brasileiro, temos pela primeira vez uma mulher Presidenta do Brasil, mas a nossa representação no Congresso Nacional não condiz com a nossa força. Na Câmara Federal temos apenas 8,77% do total da casa, com 45 deputadas. No Senado, são apenas 12 mulheres para um total de 81 lugares. 
Como se pode ver, ainda há muita luta e desafios pela frente.
Sigamos, pois.


sábado, 9 de fevereiro de 2013

A argentinite de Carmen Miranda (09/02/1909 - 05/08/1955)

A divulgação na década de 1930, através da imprensa, da carreira de Carmen Miranda (Marco de Canaveses, 9 de fevereiro de 1909 — Los Angeles, 5 de agosto de 1955) na Argentina, em matérias compiladas pelo jornalista e historiador Abel Cardoso Junior.

Embarque para Buenos Aires (Rio, 1935)

"Carmencita del Brasil". Assim dizem dela em Buenos Aires. E ela exclama: "Che! Como son buenos los argentinos!"
- Você sabe que estou contratada para ir a Nova York?
- Você acaba em Hollywood!
- Deus o ouça!"
Sintonia, 10-1-1935




"A primeira figura feminina do broadcasting brasileiro, regressando de sua excursão vitoriosa a Buenos Aires, veio trazer-nos o seu abraço valioso e amigo.
 
Página de "A Voz do Rádio", na volta de Buenos Aires (1935)
- Foi um "chuá" - diz-nos Carmen, pitorescamente, respondendo à nossa indagação sobre a intensidade do sucesso alcançado.
E prossegue:
- A música brasileira tomou conta de Buenos Aires, popularizando-se de verdade. As que mais agradaram foram: 'Se a lua contasse", "Alô, alô..." e "Cidade Maravilhosa'. Estas três abafaram completamente. Explica-nos então "Carmencita" (como é chamada pelos argentinos) O processo que empregava para tornar compreensível o sentido dos sambas e marchas cariocas.
- Antes de cantar qualquer número, fazia pelo microfone um resumo ligeiro da letra, esclarecendo os ouvintes sobre a significação e o espírito da composição. Deste modo, além da melodia, o público inteirava-se do verdadeiro sentido do nosso folclore, podendo, assim, compreender melhor o número interpretado. Logo se divulgaram, merecendo as preferências populares a "Cidade Maravilhosa", "Alô, alô..." e "Se a lua contasse". Recebi mais de 1 .500 cartas de fãs argentinos. Foi um "chuá' completo!
Fala-nos depois Carmen do carinho com que foi acolhida em Buenos Aires, da cativante gentileza dos argentinos com os brasileiros que ali estiveram na excursão presidencial e da sua enorme alegria por ter contribuído, de maneira eficiente, como o fez, para a divulgação da nossa música popular no grande país amigo.
Carmencita mostra-se realmente entusiasmada. E diz-nos ainda:
- O movimento de simpatia do povo para os brasileiros é o mais espontâneo.
Quando ia fazer compras, sempre era reconhecida pessoalmente, os que se achavam nas lojas logo me cercavam com verdadeiro carinho.
A direção da Belgrano insistiu para que prolongasse minha estadia. Mas, não era possível e tive de voltar, cada vez mais encantada com Buenos Aires. De regresso, ao passar pelo Rio Grande do Sul, tive uma recepção muito cativante. Cantei na PRC-2, Radio Sociedade Gaúcha.
Verdadeira multidão enchia o estúdio daquela importante emissora. Foram para mim momentos também muitíssimo agradáveis."
Jornal "A Voz do Rádio - Rio, 4-7-1935



"Carmen Miranda, contratada pela radio "El Mundo", seguirá, brevemente para Buenos Aires. O Sr. Enrique Alemán, secretário da Rádio "El Mundo", que esteve a semana passada no Rio, recebeu inúmeras propostas de artistas, oferecendo-se para cantar em Buenos Aires. Foram mais de 50 propostas..."
Revista "Carioca" - Rio, 14-3-1936



"Os artistas do "broadcasting" carioca estão atacados de "argentinite". Esta nova moléstia foi inoculada por Carmen Miranda, assim uma espécie de coqueluche de Buenos Aires."
Revista "O Cruzeiro" - Rio, 4-4-1936




"O intercâmbio de músicos entre o Brasil e a Argentina é um fato consumado. Dia a dia, minuto a minuto, ele se torna mais expressivo, para satisfação de quantos amam a arte de Carlos Gomes. Carmen Miranda se tornou, em virtude desse mesmo intercâmbio, na Argentina, uma figura popularissima e querida do povo portenho nas suas contínuas "tournées" a Buenos Aires e outras cidades do Prata. De tal jeito é reclamada por aquele público que pode-se dizer atua, simultaneamente, lá e cá. Agora mesmo, depois de nos ter afirmado, há seguramente dois meses, que não tornaria à capital argentina sem antes ir a Portugal, sua terra de origem, foi compelida a fazê-lo, em virtude de um ótimo contrato que acaba de assinar com a Rádio Belgrano daquela cidade, para atuar em seu gênero de música regional brasileira. Por isto mesmo é que Carmen, também queridíssima entre nós, acaba de se despedir de seus fãs cariocas com um tango que cantou na última quinta-feira na Rádio Mayrink Veiga."
Jornal "Gazeta de Notícias - Rio, 31-5-1936



"Desde 1930 que estamos lutando para a introdução de músicas brasileiras no mercado estrangeiro. Um ano depois, numa das viagens que fez um editor argentino, Sr. Júlio Korn, em companhia do Sr. Jayme Yankelewich, diretor de uma rádio argentina, levou, indicadas por editor brasileiro, umas tantas músicas nacionais que estavam fazendo sucesso na época. Entre estas músicas figurava uma gravação de Carmen Miranda. O Sr. Yankelewich entusiasmou-se e contratou imediatamente Carmen para sua rádio, Dest'arte, Carmen Miranda foi a primeira cantora (a gente até esquece que ela só é brasileira de coração) a ter a honra de difundir a nossa música popular para lá de nossas fronteiras."
Revista "Carioca" - Rio, 18-9-1937


Com Aurora na excursão à Argentina em 1935,
na Rádio Belgrano em Buenos Aires







sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

1 de fevereiro: Dia do Publicitário

Hoje é comemorado o Dia do Publicitário, profissional que teve seu exercício regulamentado pela Lei nº 4.680, de 18 de junho de 1965. O decreto nº 57.690, de 01 de fevereiro de 1966, aprovou o regulamento para execução da Lei nº 4.680/65.
Características atribuídas aos publicitários são a criatividade, o gosto pelas artes e cultura, a visão inovadora e ousada, a capacidade de comunicação de suas ideias e o espírito crítico. Os profissionais de comunicação publicitária tem a capacidade de recorrer a um grande repertório cultural, crítico e conceitual para a solução de questões com inovação, compromisso com a cidadania e ações voltadas à construção de uma sociedade cada vez melhor.
O publicitário atua em agências de propaganda, veículos de comunicação, departamentos de marketing e comunicação de empresas, órgãos governamentais, produtoras de áudio e vídeo, web e multimídia.
Dentre suas atividades, estão: diagnosticar problemas de comunicação e marketing de clientes de vários portes e segmentos e definir estratégias; planejar e executar pesquisas de mercado; planejar campanhas publicitárias de lançamento ou reposicionamento mercadológico de produtos e serviços; criar textos, layouts e roteiros de peças publicitárias e campanhas para os mais diversos tipos de mídia, como por exemplo, jornais, revistas, outdoor, internet, rádio, televisão e cinema; apoiar a organização nas ações de comunicação com seus públicos de interesse, como clientes, funcionários e seus familiares, acionistas, fornecedores, órgãos de classe, entre outros; realizar campanhas eleitorais e marketing político.
Parabéns a todos os profissionais da área neste 1º de fevereiro. Um feliz Dia do Publicitário a todos vocês!
Nossa homenagem é uma série de anúncios comemorativos desta data.